Dualidade é uma realidade perceptível nos textos sagrados.
Há, biblicamente relatadas, a Luz e as Trevas; o Bem e o Mau; os Filhos de Deus e os Filhos dos Homens; o Crente carnal e o Crente Espiritual; a Vida Eterna e a Perdição Eterna; etc..
Dualidade há, também, no coração do homem!... Sentimentos bons e sentimentos ruins. Estes dois, oponentes entre si, guerreiam constantemente dentro de nós tais como cães de briga disputando o território do nosso estado de espírito. Como animais fortes e bem treinados, sobrevive às batalhas aquele mais bem alimentado, aquele a quem dedicamos mais tempo e atenção.
Nosso estado de alma reflete, portanto, aquilo que estamos dando abrigo no coração e alimentando com a nossa fé.
A tristeza é uma cidade chamada "Infeliz", para onde muitos se transferem diante das realidades presentes neste viver terreno e, ali acolhidos, tornam-se cidadãos desta pátria.
Como cristãos não somos chamados à hipocrisia de rirmos dos infortúnios e calamidades desta vida! Há muita tristeza e dor real também presentes na existência do homem de Fé em Deus. No expressar do Mestre: " no mundo tereis aflições " (João 16:33). O próprio Filho de Deus completa: " mas tende bom ânimo: EU venci o mundo ".
O que temos de fazer como cidadãos do reino é alimentar melhor os bons sentimentos, os mais nobres, aqueles que, no dizer do profeta, " que me podem dar esperança ". (Lamentações 3:21)
Jó viveu dias de fartura, sucesso, saúde e felicidade. De um só golpe perdeu tudo, numa sequência jamais vista de "más notícias". Como homem justo a seus próprios olhos buscou uma resposta de Deus para a sua infelicidade. A história de Jó culmina com uma das mais singelas expressões de fé narradas na Bíblia: "Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêm. " Ao contemplar o poder e a autoridade de Deus sobre todas as coisas, incluindo o destino dos homens, Jó passa a orar, não por si, mas pela sorte de seus amigos.
"Mudou o Senhor a sorte de Jó quando este orava pelos seus amigos".
A infelicidade é o maior dos egoísmos.
É infeliz aquele que só olha para seu próprio umbigo. Quando alimentamos a alma de Esperança, nossos olhos contemplam adiante e podemos ver o fim da história; a imensa felicidade que nos aguarda.
Longe da cidade "Infeliz", cumprimos o mandado de Deus, em tudo dando graças e regozijando-nos sempre.
Paulo Braga Silveira Junior
Outubro / 2010