"Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi. E disse o SENHOR Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. "
(Gênesis 3: 12 e 13)
A mulher que tu me deste...! Fácil assim.
Desde o primeiro tropeço na história da humanidade o homem foge de sua responsabilidade. É mais fácil encontrar um bode expiatório do que assumir os próprios erros. Cauterizamos a consciência e repassamos a culpabilidade para o quem estiver mais próximo de nós.
No caso de Eva, a culpa é da serpente...
Destaque-se que, para Deus, ninguém fica imune de suas responsabilidades pessoais. À Adão, coube-lhe as agruras do trabalho penoso... Para Eva, as dores de parto...
Mesmo Eva tendo sido a primeira a morder a maçã, foi Adão quem teve de assumir a responsabilidade da entrada do pecado na vida humana, uma vez que ele recebera diretamente do Criador as instruções de não comer do fruto proibido.
A sociedade moderna está impregnada de cidadãos que facilmente transferem sua culpabilidade.
É o motorista no trânsito, que culpa o pedestre... O assalariado que culpa o patrão... O jogador de futebol que culpa o estado do gramado... Pais que culpam os professores... Filhos que culpam os pais... Maridos que culpam as esposas... Esposas que culpam os maridos... Minorias que culpam a maioria... Corruptos que culpam o sistema... Criminosos que culpam a sociedade... etc... etc... etc...
Neste emaranhado de “culpa de quem?” ainda temos que fixar nossos olhares para os dependentes químicos e alcoólicos cujas desculpas são as mais variadas.
Olho para os pais e minha dor é vê-los chamando para si a responsabilidade sobre a dependência de seus filhos, como se fruto da educação dada ou dos exemplos fracassados junto aos seus. Olho para famílias que tiveram entes queridos suicidas e que se degradam pensando terem culpa das atitudes extremistas que vitimaram seus queridos. Lares que tiveram parentes entregues à vida de sem-teto e mendicância! Que sofrem com a escolha de seus pares como se culpados pelas decisões pessoais.
É hora de resgatarmos a bandeira da Responsabilidade Pessoal.
Como disse o poeta (Renato Teixeira e Almir Sater): cada um de nós possue o dom de ser capaz e ser feliz! Eu concluo: o dom de assumir seus próprios caminhos e escolhas.
A solução para a culpabilidade está cravada na Cruz do Calvário. Lá, tudo se resolveu.
Feliz o homem que assume sua condição e aceita, de Cristo, o perdão pessoal.
Paulo Braga Silveira Junior
Julho / 2011