“Jazia eu, pobre criança, à beira deste abismo de corrupção. A luta desta arena era aquela onde eu mais temia cometer um barbarismo de expressão do que acautelar-me, se o cometesse, da inveja que sentia contra aqueles que o evitava.
Digo e confesso, diante de Ti, meu Deus, estas fraquezas que me angariavam aplausos daqueles cuja simpatia equivalia para mim o viver cheio de honra. Não via a voragem de luxúria para a qual “era atirado, longe da Tua vista”.
Que coisa houve mais corrupta aos teus olhos do que eu? Até desagradava a esses homens, ao enganar com inumeráveis mentiras o pedagogo, mestres e pais, por amor do jogo, gosto de espetáculos frívolos e ardor inquieto de os imitar” - Santo Agostinho
Sempre achei que o pecado pessoal começasse na “idade da razão” e que só poderíamos ser “culpáveis” a partir do discernimento entre o certo e o errado.
Santo Agostinho, em sua abordagem à infância, me mostrou um lado da corrupção humana no qual ainda não havia ponderado.
Somos nascidos na iniqüidade e, até mesmo as nossas primeiras atividades indicam o nosso egocentrismo, egoísmo e vaidade quando choramos para sermos notados, servidos e nutridos. Segue-se a nossa necessidade de imitarmos ao próximo para sermos aceitos, acolhidos e incorporados ao grupo. Até mesmo nossos pais e mestres nos direcionam para o palco da fama, do sucesso e da glória, aclamados pelos homens, abominados por Deus.
Como afirmava Agostinho, tememos até mesmo cometer erros de linguagem, etiquetas ou de convenções sociais, mas não nos atentamos para os erros e práticas contrários aos ensinamentos do Senhor.
“Assim principiei a conviver com as pessoas que me rodeavam, e entrei mais profundamente na sociedade tempestuosa dos homens, sob a autoridade de meus pais e a obediência aos mais velhos”. (S.A.)
Verdade seja dita: Muitos dos escritos de Santo Agostinho foram reavaliados pelo próprio autor. Mas o cerne do seu aprendizado, à luz da Palavra, é genuíno. “Nascemos na iniqüidade” e, não fosse a Graça e a Misericórdia de Deus, só conheceríamos as misérias e corrupções do ser Humano.
Paulo Braga Silveira Junior
Julho/2010
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