Em um concurso de pipas no ar
Bailando no espaço começam a voar.
São de várias cores, tamanho e padrão,
Que voam fazendo uma competição.
E surge no espaço um famoso balão
Mui alto, voando em rútilo clarão,
Sozinho, sem linha, a calor sustentado,
Subia mais alto sem ser perturbdo.
A pipa queria chegar às alturas
Tão belas, sonhadas, daquele balão,
Mas viu lá na linha que a dirigia
Alguém segurando bem firma na mão.
Soltava, prendia, pra dar direção
Ao lado das outras em competição.
Sem muito ser vista fazendo progresso,
A pipa se queixa do pouco sucesso:
"Esta linha intrusa, sempre a me guiar,
Não me deixa solta pra livre voar!
Debaixo de regras e sujeita a lei,
Não posso chegar ao lugar que sonhei!"
Dando um arremesso, a linha quebrou!
E agora, sem regras, o espaço enfrentou.
Fugiu-lhe a firmeza e faltou direção:
Não era mais pipa, nem era balão...
E agora caindo, num galho enganchou.
Sem cauda, sem linha, o papel se rasgou.
No sonhado sucesso da estranha loucura,
deixou a lição pra quem tenta aventura:
Se voce se sente pipa e deseja ser balão,
Cuidado com aventuras que violam tradição.
Normas, leis e paradigmas dão firmeza e proteção.
Deixe a cabeça sonhar, mas conserve os pés no chão!
Abdoral Fernandes Silva
17/09/03
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