SOLUÇOS
É comum, após chover,
escutar-se, a noite inteira,
o pingar de uma goteira,
num monótono bater.
E, se a gente sai pra ver,
do telhado sob a beira,
uma lata seresteira,
gota a gota, a receber.
Lata amiga, por que choras,
através de tantas horas,
sem te encheres nunca d'água?
Lembrar fazes corações
recebendo ingratidões
- sem jamais guardarem mágoa.
JORDANO PAULO DA SILVEIRA
(EXTRAÍDO DO LIVRO LAMPEJOS D'ALMA - 1976)
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